Mogi das Cruzes, 28 de julho de 2013.
Não sei exatamente porque senti a
necessidade de começar a escrever justo hoje. COINCIDÊNCIA ou não, não sei dizer.
Assistindo a despedida do Papa Francisco que veio para a 28ª Jornada Mundial da
Juventude na cidade do Rio de Janeiro, encheu-se meu coração de uma sensação de amor, caridade, fraternidade,
emoção ao ver um homem simples ou um simples homem detendo um poder o qual
poucos de nós tem noção da responsabilidade que seus 76 anos carregam e o receio
que tem me tomado a semana toda e desde o último conclave.
A Igreja poderosa desde seus primórdios, oculta
procedimentos, relatos entre outros aos quais somente uma ínfima porcentagem no
mundo sabe ou saberá algum dia. O segredo do santo graal, a cena da santa ceia?
Fico aturdida porque infelizmente
sinto que o santo padre corre risco de vida ou de morte. Mexer e remexer
ocultos pode fazer com que apareça despojos de arquivos, inclusive os vivos.
Sinto uma coisa estranha, como um
aviso que sua vida não será longa, mas, seu legado ficará para sempre no
coração de cada peregrino que o ouviu e/ou viu pronunciar frases sem igual.
Ainda mais moça tive o prazer de
assistir cenas do conclave que elegeu os Papas João Paulo I e II, além de Bento
XVI. Momentos de euforia, misturados à insipiência do que viria pelos anúncios
do Vaticano, nos faz pensar quantos argumentos devem ser usados até que
finalmente se eleja um.
Entre os citados, João Paulo II
tentou arriscar um contato mais próximo ao povo, ovelhas que aos poucos vem se
desgarrando definitivamente de um vínculo religioso tornando desacreditado ou
migrando para as várias centenas de milhares de igrejas de outros cunhos,
muitas sendo de fachada, retirando de pessoas que depositaram sua fé e seus
bens pessoais, ludibriados por palavras que aos ouvidos soam como sinos de
salvação e que ao final de algum tempo transforma-se em desilusão e até casos
judiciais.
Lembrando o ocorrido ao Papa João
Paulo II que covardemente foi atacado e alvejado mais de uma vez e mesmo assim
resistiu bravamente até seu último suspiro de vida.
As honrarias creio eu, uma simples
ovelha do rebanho perdido, tenham sido justas em seu féretro.
Com seu jeito tímido, de polonês
pacato, que perdeu a mãe e pai muito cedo, o clero abraçou-o e com merecimento
galgou seus passos.
Senti muito quando foi atingido por
um fanático homicida mas, ainda novinha, não entendia o que poderia haver por
trás do ocorrido.
Os anos seguiram-se na escuridão com
o Papa firme em seu posto mesmo que a saúde demonstrasse o contrário.
Sucessivamente, o conclave com Bento
XVI, trouxe antagonicamente as duas referências: João Paulo II, carismático,
tentando sempre trazer o perdão de sua forma singela. Em contrapartida tivemos
Bento XVI que para meus anseios, era frio, ostentava bom gosto aliado ao fator
financeiro em suas vestimentas.
Concordo que uma pessoa do nível
papal deva apresentar-se adequadamente mas, sapatos de cromo alemão legítimos e
ternos de marcas famosas compõem um desarranjo entre a doutrina e o que se quer
fazer valer.
De qualquer forma minha opinião é que
sua passagem foi inexpressiva frente a outros, sua doença pode até ter sido
agravada pelas responsabilidades assumidas e que nem todas vieram a público.
Aos poucos, sua imagem foi fragilizando-se à medida que apareciam escândalos,
rumores e situações concretas que ainda circundam o Vaticano.
Padres pedófilos, desfalque no banco
mais poderoso do mundo que é justamente o banco do Vaticano, são fortes motivos
para afastar um ser humano como qualquer outro, sentindo não ter mais forças
para encarar a difícil batalha à frente.Porém, nada ainda estava perdido e
sabiamente declararam o jesuíta de modo humilde, com fisionomia serena, a aura
clara como a luz, a face de quem foi escolhido para semear e disseminar as
sementes da caridade, do perdão e do não pré-julgamento.
Posso enganar-me tentando encontrar
nos traços fisionômicos do Santo Padre mais do que citei, contudo tenho no
recôndito de minha alma que ele será beatificado, canonizado e santificado
quando chegar a hora de sua passagem para um outro “ mundo”.
Em meus 48 anos, nunca vi tamanha
movimentação e aceitação de nossa população com peregrinações, vigílias, sob
chuva forte, frio intenso e nada nem nenhum fator climático, chegara ser capaz
de dispersar a multidão.
Mas, esse perdão dentro de uma instituição
dita rigorosa,cheia de pressões, mantendo sempre uma distância que aos olhos
parece segura, impediu muitos paradigmas de serem destituídos, quebrados ou
amenizados.
A questão do aborto, na qual a Igreja
é contra veementemente, o uso de contraceptivos que tornou-se um caos se
analisado de forma racional a seguir: Casos positivos de Aids explodindo aos
quatro cantos do do planeta e a Igreja
contra o uso dos meios legais, além de outras tantas DSTs não menos agressivas,
invasivas, perigosas e devastadoras ao sistema imune correndo-se riscos de
endemias, epidemias e até quem sabe
podendo chegar a uma pandemia.
Analise-se o que o poder de uma Ordem
Religiosa é capaz de promover sobre dois bilhões de cristãos aproximadamente.
Graças a inúmeras campanhas de
governos Estaduais e União dos muitos países existentes, esclarecimentos tem
demonstrado resultados discretos entre crescentes e decrescentes casos de
doenças dessa natureza.
Dessa forma, mesmo desviando de meu
intuito inicial não poderia deixar passar em vão um risco tão grande assim.
Retomando minha impressão primeira
acerca do Santo Padre Francisco revelo aqui que estou apaixonada por ele.
Não há uma só característica que
defina o SERVO DO SENHOR.
Ele é um conjunto de referências que
o faz único e diferente dos demais que já vimos até agora.
Não cabe aqui buscar exemplos nas
sagradas escrituras sobre testemunhos de discípulos que pessoalmente não vimos
ou conhecemos. Também deixo registrado que essa afirmação desdenhe das palavras
constantes na Bíblia Sagrada.
Trata-se da presença marcante do
homem da melhor idade, lúcido e visionário que está chegando e começando a
mudar a vida dos católicos, inclusive aqueles que encontram-se em dúvida quanto
à sua pretensão religiosa.